Trapezista argentina assassinada em Búzios: MPRJ garante condenação de 33 anos para réu

Crime brutal de dezembro de 2023 chocou moradores e turistas da Região dos Lagos. Justiça foi feita.
O Grupo de Atuação Especializada em Tribunal do Júri do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAEJURI/MPRJ) garantiu, na noite desta quarta-feira (09), a condenação de Carlos José de França a 33 anos de prisão pelo assassinato da trapezista argentina Florencia Aranguren, ocorrido em Búzios, em dezembro de 2023. Além da pena de reclusão, a Justiça determinou o pagamento de R$ 50 mil em indenização à família da vítima.
O julgamento foi realizado no Fórum da Comarca de Armação dos Búzios e contou com a presença de amigos e familiares de Florencia, que vieram especialmente de Buenos Aires para acompanhar a sessão. Antes do júri, os parentes foram acolhidos pela equipe do GAEJURI, que ofereceu suporte e explicou os direitos das vítimas no sistema judicial brasileiro.
“Foi essencial garantir o cumprimento da Resolução nº 243 do CNMP, assegurando à família os direitos à informação, proteção, participação e reparação. A condenação representa uma resposta justa à sociedade e aos que foram impactados por esse crime bárbaro”, afirmou a coordenadora do GAEJURI, Simone Sibilio.
Durante o julgamento, o MPRJ apresentou provas técnicas que comprovaram a autoria do crime: material genético do réu foi encontrado sob as unhas da vítima, além de vestígios de sangue em suas roupas e arranhões compatíveis com marcas de unha. O Conselho de Sentença reconheceu as qualificadoras de crueldade e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Relembre o caso
Florencia Aranguren, artista circense, foi brutalmente assassinada com 18 facadas enquanto caminhava por uma trilha em direção à praia de José Gonçalves, apenas três dias após chegar a Búzios. Seu corpo foi localizado por guardas municipais.
O réu foi identificado de maneira inusitada: o cão da vítima, que se manteve tranquilo diante de outras pessoas, avançou violentamente contra Carlos França ao vê-lo na cena do crime, levantando suspeitas que posteriormente foram confirmadas por provas técnicas.
Com a condenação, a Justiça brasileira envia uma mensagem clara contra a impunidade e reafirma o direito das vítimas à reparação e à dignidade, mesmo quando vêm de outro país.