Surto de Doença Desconhecida no Congo Deixa Mais de 50 Mortos; Saiba Detalhes

As autoridades de saúde da República Democrática do Congo (RDC) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estão investigando um surto de uma doença desconhecida que já causou mais de 50 mortes no noroeste do país. De acordo com a NBC News, o número de casos tem aumentado rapidamente, com as primeiras investigações descartando infecções conhecidas, como o Ebola e Marburg.
O surto, que ainda não teve sua origem confirmada, está gerando grande preocupação entre as autoridades sanitárias. Especialistas apontaram várias possibilidades sobre a natureza da doença, mas ainda não há consenso. O Ministério da Saúde da RDC, em parceria com a OMS, está conduzindo uma série de exames e estudos para identificar a causa e implementar medidas para controlar a propagação da doença.
Até o momento, as autoridades sanitárias enviaram amostras de 13 pacientes para análise no Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica, na capital Kinshasa. Os primeiros resultados descartaram infecções conhecidas, como Ebola, Marburg, febre amarela e dengue, que costumam causar febres hemorrágicas. Algumas amostras testaram positivo para malária, mas ainda não há confirmação oficial de que a doença esteja ligada à epidemia.
A OMS reforçou que as equipes de saúde seguem investigando outras possíveis causas, incluindo intoxicação alimentar, febre tifoide, meningite e outras infecções virais. “Estamos investigando se é outra infecção ou se é algum agente tóxico. Temos que ver o que pode ser feito e em que ponto a OMS pode dar suporte”, disse o porta-voz da organização, Tarik Jasarevic.
A dificuldade em conter a disseminação da doença se deve, em parte, à localização remota das vilas afetadas e à infraestrutura precária da região. As autoridades de saúde locais enfrentam limitações na capacidade de vigilância epidemiológica, no acesso a hospitais e na realização de testes laboratoriais. “Os surtos, que viram os casos aumentarem rapidamente em poucos dias, representam uma ameaça significativa à saúde pública. A causa exata permanece desconhecida”, reforçou Jasarevic.
A OMS também destacou que surtos de doenças transmitidas de animais para humanos têm aumentado significativamente na África nas últimas décadas. Segundo um relatório da organização divulgado em 2022, o número de infecções desse tipo cresceu mais de 60% na última década.
Além da crise sanitária atual, a República Democrática do Congo tem um histórico recente de epidemias graves, incluindo surtos de Ebola, febre tifoide, malária e, mais recentemente, um surto de mpox (varíola dos macacos), que resultou em mais de 47 mil casos suspeitos e mais de mil mortes.
Embora a ligação entre os dois grupos de casos – o de Boloko e o de Bomate – ainda não tenha sido oficialmente confirmada, as investigações continuam. As autoridades sanitárias reforçam a necessidade de medidas preventivas para evitar uma possível disseminação para áreas mais populosas.
A OMS e o governo congolês já mobilizaram equipes para intensificar as pesquisas sobre a origem da doença e identificar formas de contenção do surto. O risco de transmissão para outras regiões ainda não foi determinado, mas especialistas alertam que, sem uma resposta rápida, a situação pode se agravar.
Enquanto isso, a população local é orientada a evitar o consumo de animais selvagens, especialmente morcegos, que frequentemente são hospedeiros de vírus perigosos para humanos. Mais atualizações são esperadas nos próximos dias, à medida que os exames laboratoriais avançam.