Polícia Civil prende 20 criminosos em operação contra quadrilha de roubo de celulares no RJ

Ao todo, foram expedidos 43 mandados de prisão pela 2ª Vara Especializada do Rio de Janeiro. Muitos dos alvos já possuíam antecedentes criminais por roubo, receptação, estelionato e tráfico de drogas. Em algumas localidades, as equipes policiais foram recebidas a tiros.
A quadrilha atuava em pontos estratégicos como a Central do Brasil, no Centro do Rio de Janeiro, o Calçadão de Bangu, na Zona Oeste, e o Centro de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Os líderes do grupo forneciam armas aos assaltantes e estabeleciam parcerias com traficantes para garantir exclusividade e “autorização” para os roubos, em troca de parte dos lucros.
Através de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, a DDSD descobriu que os criminosos utilizavam métodos violentos para pressionar as vítimas a fornecerem senhas e acessos aos dispositivos. “Os criminosos faziam uso de ameaças diretas, intimidação psicológica e coação financeira, exigindo pagamentos ou informações sob a ameaça de represálias”, explicou a polícia. “O terror imposto envolvia exposição de dados pessoais e ameaças diretas contra parentes das vítimas.”
O núcleo de extorsão da organização criminosa utilizava diversas táticas para coagir as vítimas:
- Ameaças diretas via WhatsApp e SMS: envio de fotos de armas de fogo e exposição de dados pessoais, incluindo endereços e nomes de familiares.
- Uso de informações da “dark web”: acesso a bases de dados clandestinas para personalizar as ameaças.
- Golpes de “phishing”: mensagens falsas para induzir vítimas a inserir credenciais em sites fraudulentos.
- Pressão psicológica e chantagem financeira: exigência de transferências bancárias para evitar vazamento de informações ou repasse a facções criminosas.
Quando as extorsões falhavam, os celulares eram desmontados e vendidos como peças para assistências técnicas clandestinas. O grupo também utilizava “laranjas” para lavar o dinheiro obtido com a venda dos celulares e as extorsões.
A investigação revelou que os criminosos ostentavam luxo nas redes sociais, com a compra de bens de alto valor e festas financiadas pelo crime.
A Operação Omiros, que significa “refém” em grego, demonstra a violência e o poder de intimidação que a quadrilha exercia sobre suas vítimas.