Polícia aponta ex-candidato a vice-prefeito de Niterói como mandante de furto milionário em apart-hotel

A Polícia Civil do Rio de Janeiro pediu a prisão preventiva do empresário Alexandre Ceotto André, ex-candidato a vice-prefeito de Niterói, acusado de arquitetar o furto de uma coleção de relógios avaliada em R$ 80 mil. O crime ocorreu no dia 7 de fevereiro deste ano, em um apart-hotel de alto padrão na cidade. A vítima seria um amigo de infância de Ceotto, o que causou forte comoção entre investigadores e pessoas próximas ao caso.
O pedido de prisão foi negado pela Justiça, que determinou medidas cautelares, como a entrega de passaporte e proibição de viagens. Ainda assim, a Polícia Civil afirma ter provas robustas contra Ceotto e o executor do crime, o advogado criminalista Luis Maurício Martins Gualda.
De acordo com a delegada Iasminy Vergetti, titular da 76ª DP (Niterói), o crime foi meticulosamente planejado. Luis Maurício utilizou uma máscara de silicone para simular calvície, além de luvas e roupas especiais para dificultar a identificação. Ele entrou no prédio pela entrada de funcionários e permaneceu no apartamento por cerca de 16 minutos, tempo suficiente para arrombar o local e subtrair os bens.
A polícia apurou que Ceotto havia morado no imóvel anteriormente e foi quem o vendeu à vítima, seu amigo de longa data. A suspeita é que ele acreditava que o apartamento guardava cerca de US$ 1 milhão, o que teria motivado o crime.
Durante as investigações, o advogado Luis Maurício confessou participação no furto e apontou Ceotto como o mandante. Ambos foram alvos de mandados de busca e apreensão cumpridos nesta terça-feira (13). A delegada afirma que há confissão, imagens de câmeras e depoimentos que reforçam a tese da polícia.
“Foi uma decepção enorme”, disse a delegada, relatando a reação da vítima ao descobrir que o suposto mandante era alguém de sua confiança.
A investigação segue em andamento para apurar se houve participação de mais pessoas no esquema e como o advogado conseguiu entrar no prédio sem levantar suspeitas, apesar do barulho ao arrombar a porta. Funcionários do apart-hotel já prestaram depoimento.
A defesa de Alexandre Ceotto afirmou que ainda não teve acesso aos autos e busca informações para provar a inocência de seu cliente. Já o escritório que representa o advogado Luis Maurício não foi localizado até o momento.