Força-tarefa da Prefeitura de Niterói abordou mais de 1,6 mil motociclistas em ações contra motos barulhentas e rolezinhos

Força-tarefa da Prefeitura de Niterói abordou mais de 1,6 mil motociclistas em ações contra motos barulhentas e rolezinhos
Fotos: Claudio Fernandes

Cerca de 300 motos foram multadas e 38 apreendidas em blitzes realizadas em várias regiões da cidade

A Prefeitura de Niterói montou uma força-tarefa para coibir o tráfego de motos barulhentas e rolezinhos, que vêm tirando o sono e a paz dos moradores da cidade. Desde fevereiro, quando começaram as ações de fiscalização, 1.680 motociclistas foram abordados no município, com 291 autuações e 38 motos apreendidas. Além de blitzes específicas para a fiscalização de motos, o Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) faz monitoramento 24 horas para identificar a movimentação de grupos de motociclistas na cidade.

-As motos barulhentas perturbam os moradores da cidade, acordam idosos, assustam crianças. Crianças autistas, por exemplo, sofrem com esse problema. A fiscalização para coibir o tráfego de motos com escapamento adulterado foi uma das prioridades dos 100 primeiros dias do nosso governo e vamos seguir fiscalizando – afirma o prefeito Rodrigo Neves. 

Em média, 17,3% das motocicletas abordadas nas ações foram autuadas e 2,26% delas foram apreendidas. Além do combate aos altos ruídos emitidos por escapamentos adulterados, a fiscalização também verifica outras infrações, como documentação irregular, falta de capacete e uso de calçados inadequados. As ações integradas contam com a participação de agentes municipais, da Polícia Militar e do Programa Segurança Presente. 

Nas blitzes é possível ver motociclistas, multados pela falta do escapamento, reinstalando o equipamento para não ter o veículo rebocado. 

“Nosso foco principal é coibir as alterações dos canos de descarga que emitem altos ruídos. Nosso trabalho é contínuo, fiscalizando as irregularidades que desrespeitam as regras de trânsito. A população pode contribuir indicando, pelas redes sociais da Niterói Transporte e Trânsito (NitTrans), locais onde há recorrência dessas infrações para futuras operações”, afirma o presidente da NitTrans, Nelson Godá.

Em paralelo, a Secretaria de Ordem Pública (Seop) também vem intensificando as operações contra irregularidades cometidas por condutores de motos, em especial, o chamado rolezinho. O secretário da pasta, Gilson Chagas, destacou o uso da tecnologia para auxiliar nos cercos que são montados na cidade e a integração das forças policiais com os agentes da Seop e da Guarda Municipal.

“Estamos trabalhando com tecnologia, integração e planejamento. A equipe do CISP vem monitorando os grupos de motos. Quando as motocicletas são detectadas entrando ou circulando na cidade em grupo, acionamos todas as equipes e montamos o cerco. Vamos continuar pressionando e mostrando que esse tipo de irregularidade não vai ter vez em Niterói. Esse trabalho só é possível por conta da integração das forças de segurança”, explica o secretário.

A população aprova a atuação municipal. A dona de casa Daiane Marins considera as operações fundamentais para coibir não só o barulho excessivo, mas também proporcionar segurança a motoristas e pedestres.

“Tenho um filho autista de 3 anos que não pode ver uma moto que fica assustado. Quando faz esse barulho ele corre e perde a noção. Se eu, que não tenho transtorno, já acho desagradável, imagino o meu filho, como não deve ser intenso para ele ouvir isso. As operações são importantes porque evitarão não só o barulho, mas também os furtos cometidos por motoqueiros”, diz ela.

O aposentado Luis Carlos de Oliveira Lima está acompanhando a mãe, internada em um hospital, e sofre com o barulho das motos.

“Passam com o cano de descarga aberto e é um barulho ensurdecedor. Incomodam muita gente, principalmente de madrugada. É terrível”, queixa-se ele.

Os motociclistas que respeitam as leis são favoráveis à fiscalização. O entregador Magnum Vinicius, que trabalha de moto há 15 anos, não concorda com o uso de canos de descarga adulterados.

“Esse tipo de operação é muito importante, porque o barulho acaba atrapalhando o sono de muita gente, principalmente crianças e idosos”, defende ele.

Matheus Cortado foi parado em uma blitz no bairro de Santa Rosa, mas liberado em seguida porque estava com a moto e os documentos dentro das normas estabelecidas pela legislação de trânsito.

“Vejo a importância da fiscalização para regularizar quem está andando de moto, de forma que a poluição sonora não interfira na vida das pessoas e elas possam ter qualidade de sono”, declara ele.

A blitz contra motos barulhentas tem caráter educativo e reforça a importância do cumprimento das normas de trânsito. A ação é respaldada pela Lei Municipal 3.661/2021, que autoriza o Poder Executivo a combater a emissão excessiva de ruídos sonoros provenientes de escapamentos de veículos. Motocicletas com escapamentos alterados ou equipadas com dispositivos que ampliam o som estão sujeitas à multa de R$ 195,23 e perda de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

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