ESCÂNDALO EM SÃO GONÇALO: Corpo de mulher desaparece de sepultura pública e família denuncia ocultação

O desaparecimento do corpo de uma mulher enterrada em cemitério público de São Gonçalo gerou revolta e levantou sérias suspeitas de ocultação de cadáver e violação de sepultura. O caso veio à tona após denúncia feita por Gilbert, filho de Jorgina, que morreu em agosto de 2024 vítima de um câncer e foi sepultada em uma sepultura da Prefeitura no Cemitério de São Miguel.
Segundo Gilbert, desde o sepultamento ele fazia visitas mensais ao túmulo da mãe. Em fevereiro deste ano, notou que a tampa da sepultura havia sido trocada. Ao questionar a administração do cemitério, recebeu como resposta que se tratava apenas de um procedimento de manutenção — o que levantou suspeitas, especialmente após lembrar que, em 2019, seu irmão também foi enterrado no mesmo cemitério e teve os restos mortais retirados sem qualquer aviso à família, três meses antes do prazo regulamentar.
Na última quinta-feira (3), durante trâmites para o enterro de uma tia, Gilbert retornou ao local e, ainda incomodado com a substituição da tampa, exigiu que a sepultura fosse aberta. Após discussão com a administração, a abertura foi autorizada para o dia seguinte.
Na sexta-feira (4), a tampa foi finalmente removida. O que Gilbert viu chocou a todos: o caixão presente na sepultura não era o mesmo que havia sido usado no sepultamento da mãe. E o corpo ali presente também não era dela. “Minha mãe estava praticamente careca por causa do tratamento de câncer, e aquele corpo era de outra mulher. Até os objetos no caixão eram diferentes”, afirmou.
Ainda de acordo com Gilbert, após a denúncia, outras sete sepulturas foram abertas, mas o corpo de sua mãe continua desaparecido.
A Polícia Civil foi acionada e esteve no local. Agentes acompanharam Gilbert até a 72ª Delegacia Policial (Mutuá), onde o caso foi registrado. No mesmo dia, peritos realizaram diligências no cemitério. As investigações estão em andamento.
Nota da Prefeitura
A Prefeitura de São Gonçalo afirmou, por meio de nota, que abriu uma sindicância para apurar os fatos. A administração do cemitério informou estar colaborando com as investigações e apurando, junto à funerária responsável, a possibilidade de uma troca na numeração da sepultura. Ainda segundo a nota, houve dois sepultamentos no mesmo dia, o que pode ter causado a confusão. Sobre a exumação do irmão de Gilbert, há seis anos, a Prefeitura declarou que a documentação indica que os restos mortais foram entregues à família.
O caso gera comoção e levanta preocupações quanto à regularidade da administração dos cemitérios públicos da cidade. A denúncia será acompanhada de perto por órgãos de fiscalização e direitos humanos.