Biblioteca da Casa de Cultura Heloísa Alberto Torres avança na informatização de seu acervo histórico

A Biblioteca da Casa de Cultura Heloísa Alberto Torres (CCHAT) está passando por um importante processo de modernização e preservação de seu acervo. Desde 2022, a atual gestão retomou um trabalho que estava paralisado desde 2011: a informatização completa de aproximadamente 10 mil itens que compõem a biblioteca, incluindo aproximadamente 3.500 livros e 6 mil periódicos e documentos históricos.
Entre os destaques do acervo, estão obras raras datadas de 1820, com autores como Joaquim Manoel de Macedo, Alberto Torres, Machado de Assis e Roquette Pinto, todos com vínculos diretos com a família de Heloísa Alberto Torres, figura histórica de grande relevância para o município. O conjunto de obras inclui, além de livros, teses, dissertações, periódicos, livros de receita e manuscritos com dedicatórias e anotações que revelam aspectos íntimos da trajetória da família e da história intelectual brasileira.
Para o subsecretário municipal de Cultura e gestor da CCHAT, Alan Mota, esse trabalho representa um compromisso com o passado e com o futuro da cidade.
“Estamos valorizando a memória de Itaboraí ao mesmo tempo em que olhamos para os avanços tecnológicos. Essa informatização é fundamental para garantir que as próximas gerações possam ter acesso à riqueza histórica que esse acervo representa. É um marco para a cultura e a educação do município,”disse o gestor
O trabalho de informatização está sendo coordenado pela bibliotecária Rebeca Hypolito, que, ao lado de uma equipe formada por cinco profissionais, realiza a higienização e catalogação minuciosa de cada item. O processo inclui o uso de luvas e máscaras, limpeza página por página e a inserção das informações em um sistema moderno de gestão de bibliotecas. Atualmente, 62% do acervo já está informatizado, e a meta é disponibilizar o conteúdo para consulta online no futuro, ampliando o acesso ao conhecimento histórico e cultural de Itaboraí.
“Olha, eu me sinto privilegiada de estar fazendo parte disso, porque quando entrei aqui, os livros não tinham nenhum tipo de identificação. Para conhecer um acervo, você precisa da parte técnica, da catalogação. Quando comecei a ler as dedicatórias e percebi a importância desse material, me senti muito feliz de poder contribuir com o acesso da população a essa história. Muita gente ainda não sabe o que temos aqui. Mas isso vai mudar”, destacou Rebeca Hypolito.
A previsão é que, em breve, o sistema informatizado possa ser acessado por meio de links no blog da Casa de Cultura e no site do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), uma vez que a casa está sob responsabilidade do instituto. Essa integração facilitará o acesso de pesquisadores e interessados de qualquer lugar do mundo.
Além de preservar a memória de Heloísa Alberto Torres e de sua família, a informatização da biblioteca contribui para a valorização da leitura e da cultura em tempos digitais, tornando o conhecimento histórico mais acessível e inspirador para as atuais e futuras gerações de itaboraienses.